IMPLEMENTAÇÃO DE UMA REDE DE TELEMEDICINA ENTRE HOSPITAIS - TELECOMUNICAÇÕES

 

INTRODUÇÃO

A telemedicina é uma modalidade de exercício de medicina a distância, por meios digitais de comunicação. 

A medida permite que profissionais da saúde ofereçam consultas online enquanto durar a pandemia do coronavírus. A expansão da telemedicina é vista como benéfica por permitir atendimentos a distância em um momento em que o isolamento social é decisivo na contenção do novo coronavírus.  

Do ponto de vista do paciente, a telemedicina costuma envolver um aplicativo popular de videochamadas, como o WhatsApp ou o Skype. Por outro lado, alguns profissionais e clínicas têm aplicativos e sistemas e chatbots próprios. 


OBJECTIVOS

         Apresentar a implementação de ligação (comunicação) via satélite capaz de ligar os hospitais da zona urbana e hospitais localizados em zonas rurais.

Elaborar uma rede de dados para suporte a Telemedicina.

Conectar pacientes e profissionais da saúde a distância. 

Realizar diagnóstico médico à distância, através de diversos meios de comunicação.

Possibilitar hospitais do interior ou de difícil acesso com falta de pessoal possam adotar sistemas informatizados para obter auxílio de profissionais de grandes centros.


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

O problema é voltado a melhoria de atendimento nos centros de saúde adaptando estas a novas tecnologias que garanta uma melhor gestão de informações e que a mesma tenha procedimentos que facilitam quer na agilidade, atualizações ou na partilha das informações entre os diversos profissionais de saúde e seus clientes (pacientes).


DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO

Com vista a resolver a problemática acima citada, tenciona-se:

ü  Dimensionar um sistema de transmissão de dados ponto a ponto, via enlace de satélite (bidirecional), entre as localidades Localidade 1 (Luanda) e Localidade 2 (Zonas rurais fictícias).

 

ü  Em seguida, efetuar-se-á uma ligação ponto a ponto cabeada por Fibra óptica entre cada estação terrena até ao NOC do respetivo hospital. Esta ligação tem como objectivo oferecer uma melhor qualidade do sinal aos hospitais.


JUSTIFICATIVA

Optou-se por comunicação via satélite, visto que, a mesma permite interligações entre vários pontos do mundo, independentemente da distância permitindo endereçar os locais de maior dificuldade de acesso ou sem cobertura da rede básica, do nosso País.

Pensa-se em cobrir regiões remotas, onde a infraestrutura local (cabos metálicos, enlaces de microondas ou fibra óptica) é pouco desenvolvida.


METODOLOGIA

Este trabalho foi elaborado baseando-se no método Dedutivo e utilizando a tipologia de pesquisa Exploratório e Bibliográfica.

Desta feita a pesquisa exploratória servirá para realizar um estudo preliminar do principal objectivo da pesquisa.

Quanto a pesquisa bibliográfica servirá como fonte de desenvolvimento a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.


TECNOLOGIAS UTILIZADAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA REDE DE TELEMEDICINA

Para a implementação da rede neste trabalho serão usadas duas tecnologias:

1º Comunicação por Satélite – Responsável pela ligação das Estações Terrenas instaladas nos Hospitais;

2º Comunicação por Fibra Óptica – Responsável pela ligação ponto a ponto entre cada estação terrena até ao NOC nos respetivos Hospitais.


TECNOLOGIA 1 – COMUNICAÇÃO SATÉLITE

Configuração Básica do Sistema

Para a implementação serão necessárias transmissões bidirecionais, embora tenha uma estação central ou principal, que vai transmitir e receber informações das restantes estações.


Figura - Diagrama geral entre a Hub e as Vsats

HUB ou MASTER: estação central.

REMOTA: estações transmissoras e/ou recetoras dentro dos restantes hospitais equipadas com antenas de pequena abertura.

Nas nossas Estações VSAT estarão instaladas duas unidades físicas distintas:

1. ODU (outdoor unit) onde encontrar-se-á a antena, o alimentador e a parte de RF, o transmissor e o receptor propriamente dito;

2. IDU (indoor unit) ficará toda a parte de banda básica, constituída essencialmente do modem. A IDU vai se conectar à ODU por meio de cabos coaxiais. A distância entre elas será de 50 metros.

REDES VSAT

Devido à frequência elevada dos serviços que serão prestados pela Rede, os mesmos serão realizados através de redes com topologia em estrela constituídas de estações terminais de pequeno porte denominadas de VSAT (Very Small Aperture Terminal), acopladas a uma estação central mestre (Master ou HUB), ou seja, o Hospital Américo Boa Vida será a Central Master, e os restantes Hospitais estações de pequeno porte.


CONFIGURAÇÃO BÁSICA DAS ESTAÇÕES TERRENAS

Para as configurações nas Estações Terrenas, teremos a união de uma estrutura de transmissão com outra de recepção, que vão compartilhar uma mesma antena, utilizando um combinador de sinais com níveis diferentes que operam em frequências distintas.

ESTAÇÃO DE TRANSMISSÃO

Para a transmissão, a informação será modulada e entregue, na saída do modulador, com uma frequência intermediária (FI). 

O sinal modulado em FI será convertido pelo Up-Converter para faixa de transmissão do enlace (Banda ku). 

Em seguida será amplificado pelo amplificador de alta potência (HPA - High Power Amplifier) e aplicado a antena de transmissão que o vai irradiar em direcção ao satélite, com o nível de potência adequado para atender às nossas necessidades do enlace.

ESTAÇÃO DE RECEPÇÃO

Para a recepção, o sinal retransmitido pelo satélite será recebido pela antena da estação e será amplificado por uma estrutura de baixo ruído (LNA - Low Noise Amplifier). 

Este sinal, ainda na faixa de frequência de recepção em SHF, será convertido. O sinal de FI será aplicado ao demodulador que oferece, na saída do sistema, o sinal de informação.

Figura - Enlace pontos e multipontos usados em redes VSAT.


ESCOLHA DO SATÉLITE PARA A REALIZAÇÃO DO ENLACE

A escolha recaiu sobre um satélite da INTELSAT, IS-17, por ser um satélite que cobre a área de serviço em Angola, garante uma grande qualidade de serviço, oferece garantias de continuidade de serviço em casos de falhas devido aos equipamentos e sobretudo a sua grande segurança nas comunicações. (Ver detalhes)

 

TECNOLOGIA 2 – FIBRA ÓPTICA


Para a ligação entre a Estação e o NOC nos Hospitais, foi escolhido o cabeamento por fibra óptica porque através das fibras óticas, o sistema de comunicação possuirá uma maior capacidade de transmissão de informação ou largura de banda. 

Além de uma maior largura de banda, as fibras óptica podem transmitir dados numa velocidade muito maior e os sinais transmitidos através experimentam menor atenuação.



ARQUITETURA GERAL DA REDE DE TELEMEDICINA DO PROJECTO


1. Satélite INTELSAT IS-17 escolhido para a realização do enlace via satélite entre duas estações;

2. Estação Terrena de Luanda (TxA/RxA);

3. Estações Vsats (TxB/RxB);

4. Ligação ponto a ponto entre a Estação Terrena da Central até ao Hospital central;

5. Ligação ponto a ponto entre a Estação Terrena de Filial 1 até ao NOC do Hospital;

6. Ligação ponto a ponto entre a Estação Terrena de Filial 2 até ao NOC do Hospital;



Figura - Arquitetura geral do sistema


 

A DISTÂNCIA ENTRE A HUB E AS RESTANTES ESTAÇÕES TERRENAS

Este cálculo refere-se a encontrar a distância entre o HUB no hospital central e o VSats nas filiais.

Essa distância pode ser obtida usando o Google maps da google ou mesmo o software Google earth.

Para simulação específica no presente documento, usaremos os pontos:

Luanda - Hospital Sanatório de Luanda (localização da estação sede ou seja HUB).

Ver mapa no Goolgle Maps

Benguela (Hospital Central de Benguela) - Hospital Fictício 1 (localização da VSat).

Ver mapa no Google Maps

Lubango (Hospital Central do Lubango) - Hospital Fictício 2 (localização da VSat).

Ver mapa no Google Maps




**Qualquer outro hospital filial acrescentado terão as Vsats.

Quadro Resumo da Distância entre as Estações Terrenas (Sede e Filiais) 

Estação Terrena Sede

Estação Terrena Filial

Distância (km)

Luanda

Benguela

200

Luanda

Lubango

500


DIMENSIONAMENTO DO ENLACE VIA SATÉLITE

1º Parâmetros Geográficos da Estação Terrena

Estação Terrena Hospital Central (Luanda)

 

Latitude

Longitude

Graus

-8.448 13.217

Minutos

0.0 0.0

Locdecimal

0.0 0.0


Estação Terrena Filial 1 (Hospital Central de Benguela)

 

Latitude

Longitude

Graus

 -12.572 13.402

Minutos

0.0 0.0

Locdecimal

0.0 0.0


Estação Terrena Filial 2 (Hospital Central do Lubango)

 

Latitude

Longitude

Graus

-14.913 13.480

Minutos

0.0 0.0

Locdecimal

0.0 0.0

 

ALGORÍTMO DE CÁLCULO DE LIGAÇÃO SATÉLITE

 


 

CONSTANTES FÍSICAS A USAR NO CÁLCULO

Constantes Base

Raio da terra em Km = 6378.173

Centro de massa em Km = 42158

Pi em radianos = 3.14

Velocidade da luz em m/s = 300 000 000

Factor de rendimento = 0.6

Constante De Euler = 2.7

Constante Bolztman = 1.38*10^-23

Perdas de tracking na atmosfera/desvio das antenas Uplink em dB = 1.5

Perdas de tracking na atmosfera/desvio das antenas Downlink em dB = 1.2

Constantes de Atenuação

Perda/Atenuação Atmosférica é tabelado, calculado através da frequência do uplink (Fu) = 0.08

Perda/Atenuação Atmosférica é tabelado, calculado através da frequência do Downlink (Fd) = 0.05

Altitude da Chuva em Km = 5

Altitude da Estação Terrena em relação ao nível do mar, Para Angola varia de 1.2 Km à 1.5 Km =1.3

Atenuação Específica. Calculado através da frequência Fu = 3.3

Taxa de precipitação ou Queda de chuva = 65

Atenuação Específica Calculado através da frequência Fd = 2.5

Erro Máximo de Apontamento em Graus = 0.1

Valores de Temperatura

            Temperatura do ceu Porque o AngElev = 29.0º 

            Segundo a Tabela K Tsky = 8.5 porque o AngElev = 33.1º 

            Segundo a Tabela K Tsky1 = 13

            Temperatura do Ruido do Solo Porque 10º <AngElev< 90º = 10

            Temperatura Termodinâmica da Conexão = 290

            Temperatura do ruido Equivalente na entrada do recetor = 150

Temperatura Termodinâmica de Precipitação entre 260k e 280k = 275

Constantes de Comunicação Digital

            Taxa de Bit Uplink Mbps = 60

            Taxa de Bit Downlink Mbps = 36

            Serviço para transmissão de dados em Kbps = 64

            Número de Canais = 32

            Perda No Recetor em dB = 1

            Perda no Transmissor em dB = 0.5

Percentagem de Chuva

            Percentagem Duração máxima chuva no Ascendente, percentagem por ano =0.01

            Percentagem Duração máxima chuva no descendente, percentagem por ano =0.01


FÓRMULAS PARA CÁLCULOS

Para facilitar a compreensão da fórmula, elas forma divididas em pequenas variáveis equivalentes por suposição.

1º Cálculo Da Distancia Da Estação Terrena Sede ao Satélite

 


1.1º Cálculo Do ângulo de elevação



1.2º Cálculo Do ângulo de Azimute


2º Cálculo Da Atenuação no Percurso da Ligação

2.1º Cálculo da Atenuação no percurso de Uplink sem Chuva


2.1.1º Cálculo da Atenuação no espaço livre em dB (Uplink sem Chuva)



2.2º Cálculo da Atenuação no percurso de Downlink sem Chuva



2.2.1º Cálculo da Atenuação no espaço livre em dB (Downlink sem Chuva)




 2.3º Cálculo da Atenuação no percurso de Uplink com Chuva na Estação Terrena Sede

2.3.1º Inclinação do percurso com chuva




2.4º Cálculo da Atenuação no percurso de Downlink com Chuva na Estação Terrena Filial 1


3º Temperatura do ruido da antena downlink sem chuva Estação Terrena Filial 1

Ta = Temperatura do Ruido do Solo + Temperatura do céu


3.1º Temperatura do ruido da antena downlink com chuva na Estação Terrena Filial 1


4º Cálculo da Temperatura de Ruído do Recetor



4.1º Temperatura de Ruido do Recetor na saída da Antena sem chuva (Estação Terrena Filial 1)



4.2º Temperatura de Ruido do Recetor na saída da Antena com chuva Estação Terrena Filial 1



5º Cálculo da Taxa de Transmissão






CONCLUSÃO

Para que o sistema consiga oferecer desempenhos satisfatórios nos mais diferentes tipos de aplicações e serviços, é de grande importância que as estações de transmissão e recepção sejam devidamente dimensionadas, para que possam atender, de forma mais apropriada, a todas as possíveis aplicações necessárias e no nosso caso em concreto a Telemedicina. Como qualquer outro tipo de comunicação via rádio, o sistema via satélite poderá oferecer tráfego de informação em um ou em ambos os sentidos, dependendo do tipo de aplicação oferecida.

Para proporcionar mais avanços no funcionamento desta que é a Rede de Telemedicina é recomendável um estudo sobre a possibilidade de utilização desta Rede de Telemedicina como backbone para acesso a internet, para possibilitar a interligação de outros postos de saúdes regionais e internacionais.

Recomenda-se também o estudo do satélite AngoSat para o funcionamento de uma rede de Telemedicina para interligar os hospitais regionais do País.



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