Conceitos importantes para implementar uma ligação MICROONDAS entre duas Zonas - TELECOMUNICAÇÕES
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa apresentar alguns fatores envolvidos na concepção de um link de rádio, demonstrando como é feito o cálculo, discutindo sobre as ferramentas computacionais utilizadas no processo e debatendo as tecnologias utilizadas, no mundo, para construir uma rede de transmissão.
OBJECTIVO
ü
I. CONCEITO RELEVANTES
Um sistema de comunicação ponto a ponto consiste em duas
estações e um meio de transmissão entre elas, como mostrado na figura abaixo.
Com base nas necessidades dos clientes e nas normas
vigentes, o projetista deve encontrar a solução técnico/económico mais adequada
para cada caso projetado.
Um sistema bem projetado é aquele em que a capacidade de
prover serviços aos clientes não se restringe apenas as necessidades atuais,
mas prevê certo crescimento das mesmas, tornando assim o projecto e os
equipamentos utilizados economicamente viáveis e com uma maior vida útil. Este
fato faz com que a rede tenha seu potencial e sua vida útil estendidos.
Como regra prática, um enlace é considerado com vista
direta, ou seja, de difração desprezível se não existir nenhum obstáculo dentro
da primeira zona de Fresnel.
Figura
– Exemplo de zona de Fresnel
II - FATOR K
Refração atmosférica que se observa nas ondas de rádio
ocorre devido a variações no índice de refração do ar com altura. Ela muda de
acordo com as condições climáticas devido a alterações da temperatura, pressão
e humidade, por exemplo.
Existem dois tipos de K: k médio e k mínimo
Na
teoria, deve aplicar-se os dois valores de K e adotar o que for mais crítico.
III. ATENUAÇÃO DEVIDO AS
CHUVAS
Cabe ao projetista dimensionar corretamente os equipamentos
para que a interrupção da chuva no sinal transmitido seja menor possível.
Existem vários modelos para tratar sobre a atenuação devido
as chuvas. Usamos o método do ITU-R 838 e 530-7.
Neste método, o ponto de partida é a taxa pluviométrica
excedida em 001% do tempo ao longo do ano, ou seja, cerca de 53 minutos.
Calcular a atenuação específica para a ligação, que é
definida como a atenuação por quilómetro do lance provocada por chuva. Esta
atenuação depende da frequência, da polarização e da taxa pluviométrica,
conforme as equações abaixo:
IV. ATENUAÇÃO CAUSADA PELA
ATMOSFERA
Esta
atenuação é devida a dois componentes, oxigénio e vapor de água. Deve ser
considerada em altas frequências.
Tabela 2 – Atenuação devido a atmosfera (Recomendações ITU-R 838)
V. ESCOLHA
DE FREQUÊNCIAS DE OPERAÇÃO
O plano de frequência é aquele da
prática do INATEL. Este valor de frequência é utilizado por exemplo, na
atenuação do espaço livre que depende da frequência de transmissão e da
distância do enlace.
Ao calcular as frequências ótimas
para Uplink e Downlink deve se ter em conta:
a) Selecionar uma banda de frequências e não a frequência central do canal radio elétrico. Só faz sentido calcular a frequência ótima (central) no salto mais difícil da ligação.
b) Em percursos obstruídos a frequência ótima é baixa 1,5 a 2 GHz.
c) Em percursos com repetidores passivos (distantes dos terminais) a frequência ótima deve ser elevada (8 a 11 GHz).
d) Em percursos desobstruídos com comprimentos entre 30 a 50km a frequência ótima esta entre 4 a 6GHz.
e) Em percursos desobstruídos com comprimentos mais curtos (inferiores a 20km) a frequência ótima esta entre 11 a 13GHz.
f) Em percursos desobstruídos mais longos (superiores a 50km) a
frequência ótima esta entre 2 a 4 GHz.
VI. ALTURA DAS ANTENAS
Para definir a altura das antenas, em relação ao solo, é
preciso levar em conta o perfil topográfico e o primeiro elipsoide de Fresnel.
Caso exista obstáculo entre as estações, a altura das antenas deve ser
acrescida até que o obstáculo saia da região compreendida pelo elipsoide de
Fresnel.
Obviamente,
a altura máxima da antena deve respeitar os limites físicos da torre onde a
antena será instalada.
Uma premissa para este cálculo é a definição do fator K.
Para k=4/3, temos a seguinte fórmula:
d - Distância total entre as estações em km.
Hc –
Correção equivalente da terra para K=4/3+100% do raio de Fresnel no ponto
crítico. Soma dos parâmetros
RF – 100% do raio de Fresnel no ponto crítico visto na fórmula
abaixo.
Raio de Fresnel no ponto crítico a 100%
Correção equivalente da curvatura da Terra para k=4/3 no ponto crítico.
Este cálculo refere-se a
identificar um conjunto de parâmetros que define se o sistema é viável ou não,
fornecendo uma visão qualitativa e quantitativa do sinal a ser transmitido.
Atenuação no espaço livre Ae medido em decibel (dB)
Atenuação total líquida At
Gtx e Grx – ganhos das antenas de transmissão e receção
(dBi), ver manual dos fabricantes das antenas.
Nível de receção nominal
VIII. INDISPONIBILIDADE DO SISTEMA
Acima de faixa de 10GHz as perturbações do sistema são
predominantemente por atenuações atmosféricas.
Comprimento efetivo
Atenuação
total para 0,01% do tempo
Probabilidade
de interrupção devido ao desvanecimento pela chuva
CONCLUSÃO
Para se reduzir os custos ou aumentar a disponibilidade dos
equipamentos, pode-se variar o diâmetro das antenas, aumentar a potência dos
emissores ou a temperatura de ruido do sistema.
Aumentando o tamanho das antenas, por arredondamento, pode
aumentar-se temperatura do ruido do sistema e baixar a potencia dos emissores.
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