MODELO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UMA LIGAÇÃO SATÉLITE - Telecomunicações
INTRODUÇÃO
Normalmente estes tipos de ligações são bidirecionais,
ou seja uma estação terrena para além de transmitir também recebe. Para que
estes tipos de comunicações tenham um desempenho aceitável deve ser feito um excelente
dimensionamento.
Dimensionamento este que deve prestar atenção na
qualidade da ligação, nomeadamente em parâmetros como: relação sinal/ruído
(C/N), potências de transmissão (EIRP) e na figura de mérito das estações
terrenas receptoras (G/T). Para a relação sinal/ruído deve-se fazer um estudo
eficiente tanto no momento de transmissão da estação terrena (C/N)uplink que
é medido na recepção da estação terrena do satélite, na recepção da estação
terrena (C/N)downlink e
também a relação sinal/ruído de intermodulação (C/N)IMD que acontece
devido a não linearidade dos amplificadores no transponder do satélite e é
medido no momento de envio do satélite para a estação terrena receptora, neste
caso depois de uma determinada portadora ser amplificada no transponder do
satélite.
A escolha do próprio satélite também influência,
devido a sua posição orbital, visto que a mesma influência no ângulo de
elevação das antenas, e este parâmetro muito contribui na temperatura de ruído
das estações terrenas.
RESUMO DE DIMENSIONAMENTO
A primeira refere-se ao enlace
de RF propriamente dito, ou seja, o cálculo da Relação Sinal / Ruído (C/No) do
sistema analisado.
A segunda parte da análise
refere-se ao desempenho do canal e ao número de canais disponíveis em função da
relação C/No do enlace.
O levantamento da relação
Sinal/Ruído (C/No) depende de diversos fatores, tanto positivos, como a
Potência do Transmissor ou o Ganho das Antenas, quanto negativos, como as
diversas perturbações ou atenuações (naturais ou não) ocorrentes em um enlace
de RF, tais como chuva, atenuação atmosférica, desalinhamento entre as antenas,
descasamento de polarizações etc.
Já a segunda parte da análise
descrita acima se caracteriza quanto ao tipo de modulação (BPSK, QPSK etc.) ou
quanto ao tipo de técnica de múltiplo acesso empregada no sistema.
Para sistemas digitais,
calcula-se ainda a relação Energia de bit / Densidade Espectral de Potência
Eb/N0, que tem uma importante função na análise do desempenho e confiabilidade
do sistema, tendo relação direta com a probabilidade de erro de bit (BER),
normalmente especificada pelo usuário.
Dependendo das características
do sistema de comunicação, o enlace pode ainda ser classificado em:
Uplink, referente ao enlace de
subida, onde a Estação Terrena transmite o sinal ao satélite;
Downlink, referente ao enlace
de descida, onde o satélite transmite o sinal à Estação Terrena.
OBJECTIVOS
ü Reunir
informações suficientes para a elaboração de um projeto de radio enlace ponto a
ponto, discutindo suas caraterísticas, apresentando as tecnologias e os
recursos disponíveis para a execução do mesmo.
ü Implementar um link satélite para transmitir um sinal eletromagnético entre os pontos Zona 1 e Zona 2.
ü Descrever as fórmulas para cálculos no programa Python ou MATLAB.
ü Desenhar Link Budget da estação A e a estação B.
ü
Verificar a
qualidade da ligação.
PASSOS PARA O
DIMENSIONAMENTO DE LIGAÇÃO (SITE SURVEY)
O
serviço de prospeção é realizado em duas fases:
SITE SELECTION
1º Escolha do Satélite:
Escolheu-se
o Satélite Eutelsat 3B por operar em
banda Ku, ter boa cobertura no nosso país, e uma posição orbital que vai ajudar
a termos uma boa elevação das nossas estações terrenas.
É equipado 51 transponders nas bandas c, ku e ka para fornecer serviços de vídeo, dados, internet e telecomunicações em toda a europa, áfrica, oriente médio,ásia central e partes da américa do sul.
Parâmetros do
Satélite E3B para auxílio no cálculo da ligação:
Nome do Satélite -> Eutelsat-3B (lancado em 2014) |
Banda -> Ku |
Polarização -> Linear (Vertical/Horizontal) |
Posição Orbital: 3.1º |
Frequencia de Uplink -> 14 GHz |
Frequencia de Downlink -> 12 Ghz |
Densidade de Fluxo do Satelite em dbw/m2 = -96dbw/m2 |
Taxa de Erro de Bit 10-7 |
Back off de Entrada do Satélite = 9.7 db |
Back off de Saída do Satélite = 4.5 db |
Figura de Mérito do Satélite = 3.70 db/K |
EIRP De Saturação do Satélite em Luanda = 48dBw |
EIRP De Saturação do Satélite em Luanda = 46dBw |
Largura de Banda do Ruído = 36 MHz |
Largura
de Banda do Transponder = 36 MHz |
FOOTPRINT DO SATÉLITE
Footprint de um satélite de comunicações é a área de terreno onde seus transpondes oferecem cobertura. Existe geralmente um mapa
diferente para cada transponder (ou um grupo de transpondes) como cada um pode
ser destinada a cobrir diferentes áreas do solo.
Os mapas footprint geralmente mostram diâmetro mínimo
estimado da antena parabólica, ou a intensidade do sinal medida em dBW, nomeadamente
os BEAMS.
Para o satélite escolhido para a nossa ligação
temos os seguintes footprints:
1º FOOTPRINT: COBERTURA DA EUTELSAT 3B EM ÁFRICA, NA BANDA KU
Este footprint pode ser obtido no
site www.satbeams.com/footprints
Durante o Site Survey, verifiquei que,
que há cobertura do satélite E3B, no nosso país, então podemos operar com ele,
entrando em contacto com a Agencia Eutelsat com sede na França.
2º FOOTPRINT: COBERTURA DO EUTELSAT 3B NA
ZONA 1
Usamos
este footprint de modos a verificar o BEAM ou seja a EIRP. Para fim de exemplo
usamos para a zona 1 a província de Luanda.
Neste footprint, conseguimos obter o
nível de EIRP que são 48 dbw em Luanda e com recomendação do tamanho da antena
em 70 cm. Este valor de EIRP é muito importante para o cálculo da nossa ligação.
3º
FOOTPRINT: COBERTURA DO EUTELSAT 3B NA ZONA 2
Usamos
este footprint de modos a verificar o BEAM ou seja a EIRP. Para fim de exemplo
usamos para a zona 2 a província de Benguela.
Neste footprint, conseguimos obter o
nível de EIRP que são 46 dbw em Benguela e com recomendação do tamanho da
antena em 80 cm.
Podemos verificar que o Beam em
Benguela é menor que em Luanda e o diâmetro da antena é maior, neste caso em
Benguela vamos precisar de maior potência de transmissão e uma antena de maior
ganho.
2º Escolha de Localização das Estações Terrenas
Escolhe-se um local de fácil acesso de modo a facilitar a implementação
e manutenção da estação muito próximo à uma rede primária de distribuição de
energia, como mostra a figura abaixo.
Para sistemas de
telecomunicações, podemos afirmar que a descarga elétrica e o possível
curto-circuito são os principais motivo para se ter um sistema de aterramento.
Motivo pela qual temos que investigar cuidadosamente as características do solo. Com objectivo de realizar contacto entre o circuito e o solo com a menor impedância possível a fim de proteger os equipamentos envolvidos do sistema.
Um aterramento bem projectado
possui uma impedância típica entre 1 e 10Ω. Faz-se as medições nas duas
localidades.
Temos como exemplo, medição feita para uma estação em Luanda, resultando em 5 Ω e outra 8,4 Ω em Benguela. Então, para essas impedâncias verificamos que o solo está em condições.
É aconselhável que local da Estação Terrena fique mais próximo da
Central de Comutação de modo a minimizar as necessidades de enlaces de
microondas para integração estação-central, por exemplo uns 50 metros.
O local também deve ser escolhido de modo que os níveis de interferência entre a Estação Terrena e as Estações de Microondas estejam dentro dos limites permissíveis estabelecidos.
Verificar também se existe linha de vista sem obstrução entre o Local escolhido para a implantação da Estação Terrena e o Satélite.
Para
Angola, a estação HUB estará localizada numa das províncias (exemplo Luanda), e
as vsats estarão localizadas nas restantes províncias.
Se
usarmos Luanda como estação HUB, a província do Bengo, por estar muito próximo
de Luanda fica muito mais económico realizar uma ligação por microondas.
Para
tal temos as localizações geográficas em termos de latitude e longitude.
Província |
Latitude |
Longitude |
Cabinda |
-5 |
12 |
Zaire |
-6 |
13 |
Uíge |
-7 |
15 |
Luanda |
-8 |
13 |
Bengo |
-9 |
13 |
Kwanza-Norte |
-9 |
14 |
Kwanza-Sul |
-10 |
15 |
Malanje |
-9 |
16 |
Lunda-Norte |
-8 |
19 |
Lunda-Sul |
-10 |
20 |
Benguela |
-12 |
13 |
Huambo |
-12 |
15 |
Bié |
-12 |
17 |
Moxico |
-13 |
20 |
Namibe |
-15 |
12 |
Huíla |
-14 |
14 |
Kwando Kubango |
-16 |
18 |
Cunene |
-16 |
16 |
LINK BUDGET
O link budget é o cálculo final de potência em todo
o percurso entre TX (transmissão) e RX (recepção), levando em consideração a
potência de transmissão, as diversas perdas em equipamentos (da estação base e
do usuário), ganhos de antena, de amplificadores, e efeitos da propagação. Essa
análise tem o objetivo de determinar a perda máxima permitida em percurso ou Maximum
Allowed Path Loss
(MAPL), que permite avaliar o alcance prático de uma célula.
Cálculos separados são feitos
para downlink e uplink,
dada à distinção dos parâmetros de cada sentido de transmissão. Isso é
importante para balancear a potência e minimizar a diferença do alcance entre uplink e downlink.
Normalmente para serviços Vsat, o
Link Budget nos é oferecido pelo operador de satélite, então temos
disponibilizado o mesmo pela Eutelsat.
LINK BUDGET UPLINK
(Zona 1-Satélite)
A Figura
abaixo mostra os diferentes níveis aos quais a potência assume durante o
percurso do sinal:
LINK BUDGET DOWNLINK
(Satélite-Zona 2)
A Figura
abaixo mostra os diferentes níveis aos quais a potência assume durante o
percurso do sinal:
CÁLCULO DA LARGURA DE BANDA DA LIGAÇÃO
Pretende-se efectuar uma ligação por
satélite trafegando 3 serviços, sendo eles voz,
dados e vídeo.
Para tal temos que
saber quanto de largura de banda temos que usar para podermos trafegar estes 3
serviços, em função do tipo de equipamento que vamos usar tanto para
transmissão como para recepção, por exemplo os modems da comtech.
Para voz pretende-se dar 120 canais telefónicos, neste caso precisamos
mais de uma E1, porque uma E1 suporta apenas 30 canais a uma taxa de 2Mbps e os
modems da comtech suportam até 4E1 e como precisamos de 120 canais, 4E1 vai dar
taxativamente 120 canais, resultando da necessidade de uma largura de banda de
8Mbps só para voz.
Para dados, sugerimos de 10 PCs em cada zona,
cada com uma taxa de 1Mbps, logo precisamos de 20Mbps no total de 20 PCs.
Para vídeo, sugerimos utilizar 2 canais de vídeo com qualidade de HDTV e
para cada canal (de acordo com a taxa de transmissão de vídeo HDTV vai de 8 até
15Mbps) levando-nos a usar 10Mbps para cada canal de vídeo, teremos 20Mbps para
transmissão de vídeo.
BW(total) = 8Mbps(voz) +
20Mbps(dados) + 20Mbps(video) = 48Mbps
Largura de Banda em Hz
Depois de sabermos quanto de largura de banda vamos precisar
em bps (bits por segundo), convertemos
a mesma largura de banda em Hz (hertz), porque o operador de satélite não vende
largura de banda em bps, mas sim em Hz, então temos que fazer uma conversão dos
48Mbps em MHz.
Para a conversão da largura de banda de bps para Hz usa-se a
seguinte fórmula:
BW(Hz) x Ordem
de Modulação x FEC = BW(bps)
Para uma modulação de 16-QAM, teremos uma modulação de
unidade 4
FEC = ½
BW(Hz) x 4 x ½ =
48Mbps
BW(Hz)
= 24MHz
Essa é a largura de banda que precisamos de alugar no
Operador de Satélite da Eutelsat para podermos passar os nossos serviços (voz,
dados e video).
LARGURA DE BANDA A COMPRAR NO OPERADOR DE SATÉLITE
Para o cálculo da Largura de banda
temos que que conhecer os seguintes parâmetros:
1 HUB (Estação Master) em Luanda com
uma eficiência de 75% de Aproveitamento da Largura de Banda.
16 Sites nas províncias de Angola,
excluindo o Bengo
Taxa de Transmissão de 2Mbps (no
uplink e também no downlink ↑↓ ) para cada site, para serviços de dados.
16
Sites / 2 Mbps ↑↓
16
x 2 Mbps = 32 Mbps uplink
16
x 2 Mbps = 32 Mbps downlink
Outbound
: Acesso
a dados / Equipamento 75% com aproveitamento de largura de banda
32 Mbps x 0,85 = 27,2 Mbps
Inbound
: Acesso
a dados / Equipamento com 65% por reuso de frequência
32 Mbps x 0,65 = 20,8 Mbps
Vsat à Para tecnologia iDirect usaremos
a modulação QPSK com um factor de modulação igual a 4 = 22 à n=2, com FEC de 3/4
HUB à Modulação 8PSK com um factor de
modulação igual a 8 = 23 à n=3, com FEC de 7/8.
Conversão de Hertz para bps
BW(Hz) x Factor de Modulação x
FEC = BW(bps)
No Outbound, em Hz: Modulação (8PSK) / FEC=7/8
BW (Hz) x 3 x 7/8 = 27,2 Mbps
BW = 10,36 MHz
No Inbound,
em Hz: Modulação (QPSK) / FEC =3/4
BW (Hz) x 2 x 3/4 = 20,8 Mbps
BW = 13,86 MHz
Largura de Banda total:
BW(MHz)total = BW(MHz)inbound
+ BW(MHz)outbound
BW(MHz)total =10,36
MHz + 13,86 MHz
BW(MHz)total = 24,22 MHz
FAIXAS DE FREQUÊNCIAS DE OPERAÇÃO
A comunicação via
satélite em geral tem uma particularidade em relação aos outros sistemas de
comunicação. As portadoras de transmissão, sentido Terra-Satélite (uplink),
operam em uma faia de frequência bem diferente das portadoras de recepção
sentido Satélite-Terra (downlink).
Como o satélite é um mero repetidor de portadoras, esta é enviada para toda a área de cobertura, ou seja, todas as antenas parabólicas apontadas para aquele satélite (inclusive a transmissora) recebem aquela portadora. Isto causa uma interferência na estação terrena transmissora.
Para que este problema
seja evitado, basta que a faixa de frequência uplink seja diferente da de
downlink. As faixas comuns são mostradas na tabela abaixo.
O elevado número de serviços terrestres na faixa 1-10 GHz e a ocupação desta faixa por vários serviços de satélite, conduziu à utilização de bandas de frequências superiores aos 10 GHz, existindo actualmente serviços comerciais nas bandas Ku e Ka.
Banda |
Faixa do Uplink |
Faixa do Downlink |
Observações |
L |
1.625,5 –
1.645,5 MHz 1.645,5 –
1.652,5 MHZ |
1.525 –
1544 MHz 1.545 –
1551 MHz 1.574,4 –
1.576,6 MHz |
-
Utilizada em aplicações de sensoriamento - Utilizada
também em modems do remoto, no caso das VSats |
C |
5.850 –
6.425 MHz |
3.625 –
4200 MHz |
- Sinais
menos sujeitos a interferência de chuva - Antenas
de grande porte - Maior interferência com sistemas
terrestres - Maior
cobertura |
X |
7.965 –
8.025 MHz |
7.315 –
7.357 MHz |
- Utilizada
em comunicações militares |
Ku |
13,45 –
14,50 GHz |
10,7 –
11,2 GHz 11,45 –
12,20 GHz |
- Antenas
de pequena dimensão - Menor
interferência com sistemas terrestres - Menor
custo por terminal - Sinais
sujeitos a interferência de chuva - Menor
cobertura |
Ka |
29,5 –
30,0 GHz |
19,7 – 20
GHz |
- Antenas
muito reduzidas - Alta
interferência com fenómenos atmosféricos |
Tabela: Faixa de Frequências utilizadas em
comunicações por satélite
DESVANTAGENS DAS BANDAS MAIS UTILIZADAS
Em baixo segue uma tabela que apresenta as desvantagens das faias mais utilizadas em comunicações via satélite.
Podemos usar as seguintes bandas de referência:
SATELITE |
BANDA |
||
RASCOM |
C |
||
AMOS-5 |
C |
||
E3B |
KU |
INFRAESTRUTURA DA REDE
Na parte de transmissão
O sinal em banda básica é aplicado a um modulador de frequência de faixa
larga, onde o desvio de frequência apropriado é estabelecido dependendo do
número de canais da portadora a ser transmitida. A portadora modulada aparece
então na saída do modulador na frequência de FI de 70 MHz, passando a seguir
pelo filtro de transmissão que determina a faixa de RF a ser transmitida.
O conversor de subida é
uma unidade dupla de conversão que translada a entrada de 70 MHz para uma
primeira FI e então para a frequência apropriada na faixa de 14 GHz (13,925 –
14,425 GHz). Esta frequência é determinada pelo oscilador local. A saída do
conversor (em 14 GHz) é encaminhada para o amplificador de alta potência (HPA)
que provê a amplificação final da portadora a níveis compatíveis com o percurso
Terra-Satélite.
Na parte da recepção
A
portadora transmitida pela estação terrena é recebida pelo satélite que efectua
basicamente 3 operações:
-
Recepção do sinal em 14 GHz, sobre recetores de baixo ruído;
-
Translação do sinal de 14 GHz para a faixa de 12 GHz;
-
Amplificação do sinal da portadora, agora em 12 GHz;
Transmitindo
para a terra, em sua passagem pelo satélite, a portadora recebe ruído térmico
na recepção e ruído de intermodulação na amplificação final.
O
sinal transmitido pelo satélite é recebido pela estação terrena de destino por
uma antena que rastreia o satélite e que também serve para transmissão. Em
seguida este sinal é encaminhado a um amplificador de baixo ruído (LNA).
O
conjunto antena-LNA introduz quase todo ruído na estação receptora e amplifica
todas portadoras na faixa de 12 GHz (11,7 – 12,2 GHz). A seleção da portadora
desejada é feita no conversor de descida, o qual translada essa portadora para
a frequência de FI de 70 MHz. Isso é possível selecionando-se convenientemente
a frequência do primeiro oscilador local.
A
portadora é então demodulada, reproduzindo-se na saída a banda básica composta
que foi transmitida, acrescida de ruído introduzidos durante o seu percurso.
ESQUEMA EM BLOCO PARA VSAT
ESQUEMA COM EQUIPAMENTOS REAIS
ESQUEMA COM EQUIPAMENTOS REAIS
PARA VSAT
Antena de grande
dimensão, chamada de HUB Master, que é
responsável pela transmissão e recepção de todas portadoras, para o correcto
funcionamento do sistema. É uma antena motorizada, com um sistema de tracking
eficiente devido o seu tamanho, com as suas características:
Diâmetro = 7m |
Ganho de Transmissão (Gtx) = 60,27 dBi |
Ganho de Recepção (Grx) = 58,96 dBi |
Figura de Mérito (G/T) = 37,3 db/k |
No bloco RF Terminal temos os seguintes equipamentos: Conversores de Frequência (Up e Down-Converter), HPA e LNA.
Os equipamentos do nosso esquema que
tratam do sinal em banda base, são o NMS,
o protocol Processors e os Chassis (moduladores e demoduladores)
que juntos constituem a rede iDirect,
tal como mostra a figura abaixo:
Na parte de softwares para gestão dos equipamentos (Network Management) temos os softwares iBuilder & iMonitor para o gerenciamento das nossas VSats.
Os
equipamentos na VSat do nosso
esquema (a direita) são:
Uma antena de tamanho reduzido
com as seguintes características:
Diâmetro = 1,8m |
Ganho de Transmissão (Gtx) = 43,3 dBi |
Ganho de Recepção (Grx) = 41,8 dBi |
Figura de Mérito (G/T) = 28,3 db/k |
No
bloco outdoor equipment, temos os
equipamentos de transmissão e recepção dos sinais de e para o satélite que são
o BUC e o LNB respetivamente.
BUC
BUC (Block Up Converter) é o dispositivo responsável na transmissão dos
sinais da Vsat para o satélite, ele faz a conversão da frequência IF que actua
no modem para frequências de microondas mais elevadas de formas que a mesma
possa propagar até ao satélite. Para o BUC, temos por exemplo as seguintes
características:
Frequência RF: 6 à 6,5 GHz |
Frequência Local: 5,05 GHz |
Frequência Intermédia (IF): 950 à 1450 MHz |
Potência de Saída: 3W |
LNB
LNB (Low Noise Block) é o dispositivo responsável pela recepção dos
sinais do satélite, ele faz a conversão da frequência em microondas para
frequências mais baixas (IF), e assim o modem possa receber estas frequências e
funcionar normalmente.
Para
o LNB, temos as seguintes características:
Frequência RF: 4 à 4,5 GHz |
Frequência Local: 5,05 GHz |
Frequência Intermédia(IF): 950 à 1700 MHz |
Ganho: 65 dB |
No indoor unit encontramos os modems
(fazem a modulação e demodulação) que são os X1 da iDirect, tal como mostra a
nossa figura abaixo
No indoor unit encontramos os modems (fazem a modulação e demodulação) que são os X1 da iDirect, tal como mostra a nossa figura abaixo
ALINHAMENTO DAS VSAT COM O SATÉLITE
Aonde forem
instaladas as nossas remotas, precisaremos de apontar as mesmas ao satélite em
questão que no nosso caso é o Eutelsat 3B. Para tal precisaremos de saber o
ângulo de elevação, o azimute e a polarização do LNB. Para obtenção destes
dados usaremos uma plataforma computacional que é o dishpointer. Encontramos o mesmo em www.dishpointer.com. Assim que colocamos o site, devemos
colocar o satélite que queremos apontar e a localização geográfica da nossa
estação terrena, tal como mostra a figura a seguir.
A tabela a seguir mostra o ângulo de
elevação, o azimute e a polarização do LNB de todas as estações remotas.
Província |
Latitude |
Longitude |
Elevação |
Azimute Verdadeiro |
Azimute Magnético |
Polarização do LNB |
Cabinda |
-5 |
12 |
77,5º |
301,2º |
304,8º |
-58,3º |
Zaire |
-6 |
13 |
75,9º |
302,8º |
306,4º |
-56,6º |
Uíge |
-7 |
15 |
73,4º |
302º |
305,4º |
-57,2º |
Kwanza-Norte |
-9 |
14 |
72,7º |
308,1º |
312,3º |
-50,9º |
Kwanza-Sul |
-10 |
15 |
71º |
310,1º |
314,6º |
-48,7º |
Malanje |
-9 |
16 |
70,9º |
305,2º |
309º |
-53,7º |
Lunda-Norte |
-8 |
19 |
68,8º |
296,7º |
299,3º |
-62,1º |
Lunda-Sul |
-10 |
20 |
66,2º |
299,3º |
302,4º |
-59º |
Benguela |
-12 |
13 |
70,9º |
320,1º |
326,4º |
-38,7º |
Huambo |
-12 |
15 |
69º |
314,6º |
320,1º |
-44º |
Bié |
-12 |
17 |
67,5º |
309,9º |
314,8º |
-48,4º |
Móxico |
-13 |
20 |
64,6º |
306,9º |
311,6º |
-51,1º |
Namibe |
-15 |
12 |
69,3º |
328,7º |
337º |
-30,1º |
Huíla |
-14 |
14 |
67,9º |
321,6º |
328,8º |
-36,9º |
Kwando-Kubango |
-16 |
18 |
63,6º |
315,2º |
322,2º |
-42,6º |
Cunene |
-16 |
16 |
65,7º |
320,4º |
328º |
-37,7º |
CRITÉRIOS DE DESEMPENHO
A modulação sugestiva a
usar é de 16-QAM, pois este tipo de modulação pode variar tanto a amplitude
como a fase da onda portadora, exige menos potência, e quanto menos potência
conseguirmos em alcançar o satélite, melhor.
Para está modulação,
recomendável usar um FEC de 1/2, pois o desempenho do sistema será muito bom,
mas exigirá um aumento da largura de faixa.
De acordo com o
dimensionamento que se fazer na Engenharia da Ligação, deve se reservar espaço
para este aumento da largura de faixa. Um outro factor para a escolha deste FEC
é que além de ser o FEC mais robusto em relação aos outros, ele é usado em
ligações ponto-à-ponto. Os modems Comtech 625-A consegue-se facilmente com a
configuração do aparelho.
Usar a diversidade de ângulo porque os
lóbulos verticais serão mais estreitos, usando combinadores por optimização
para uma melhor performance do sistema.
A
volta das estações terrenas é bom plantarmos muita vegetação de formas que haja
mais humidade e assim, muitas ondas eletromagnéticas provenientes de outras
fontes possam ser absorvidas pelo solo em vez de serem reflectidas pelo mesmo e
assim diminuiremos o ruído.
Fig.: Estação Terrena com Vegetação a sua Volta
Ao usar HPA, que são
amplificadores de alta potência, eles irão provocar um grande aquecimento no
guia de onda e reduzir a performance da nossa ligação, então devemos usar hidratores que servem para deixar seco
o guia de onda e evitar aquecimento no mesmo.
Fig.: Hidrator
Sobre a
interferência com sistemas de microondas
terrestres, de formas a evitá-las, utilizar filtros passa-faixa para deixar
passar apenas as frequências do nosso interesse.
Deve-se fazer um estudo
de análise de interferência entre
satélites geostacionários de formas a nos ajudar na escolha do satélite que
devemos usar, e assim contribuir na performance da ligação.
Devido aos problemas de distorção de amplitude, usar um igualizador DFE, pois este tem um bom desempenho na presença de interferência intersímbolica severa.
OTIMIZAÇÃO DO PROJECTO
Para se reduzir os custos ou aumentar a disponibilidade dos
equipamentos, pode-se variar o diâmetro das antenas, aumentar a potência dos
emissores ou a temperatura de ruido do sistema.
Aumentando o tamanho das antenas, por arredondamento, pode
aumentar-se temperatura do ruido do sistema e baixar a potencia dos emissores.
CONCLUSÃO
Com
o avanço da tecnologia em comunicações, principalmente a celular, o uso de
satélites como meio de comunicação tem-se tornado uma tônica mundial.
No
entanto, o custo para a utilização de canais satélites ainda é muito cara para
a comunicação de dados. Como alternativa para comunicação de dados em baixo
volume podemos contar com a tecnologia GPRS, que é a mesma comunicação de dados
utilizada pela telefonia celular.
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